quinta-feira, 12 de novembro de 2009

2 meses (e uma vida inteira)


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Ontem fomos a um velório, do avô de um amigo nosso… não o conhecemos mas pelo neto que tem dá para ver a pessoa que era (o neto só não tem muito jeito para decisões amorosas, mas isso dava outro post…).
Saiu de casa para ir ao dentista e já não voltou, foi atropelado praticamente à porta de casa, numa passadeira… o condutor vinha distraído, e nuns segundos de distracção roubou uma vida que deixou muitos amigos e admiradores, netos, filhos, e uma esposa inconsolável…
Ontem ao cumprimentar a esposa emocionei-me… fui apresentada como a amiga do P. que casou agora em Setembro… e a senhora só me sabia dizer:
«Que felicidade, que seja tão feliz quanto eu fui! Não lhe posso desejar que seja mais porque é impossível, tive a vida que sempre quis, fui muito feliz com o meu marido, espero que seja tão feliz quanto eu fui!»
As palavras transbordavam de sentimento, de reconhecimento, de amor, de saudade… e eu emocionei-me…
De repente dei por mim a imaginar o N a sair de casa para ir ao dentista e já não voltar… uma vida não é a mesma coisa que 6 anos de namoro e 2 meses de casados… e se o amor aumenta sempre à velocidade com que tem aumentado… nem consigo imaginar a dor que a senhora está a sentir neste momento! Porque no meu cenário imaginário a dor já era impossível… que se dirá depois de uma vida inteira de partilha, cumplicidade, amizade e amor? Não tenho dúvidas de que é possível morrer de amor sim, se a melhor parte de nós vai junto com a nossa cara metade, que é que sobra? Sobreviver quando já se viveu em pleno?
Hoje completamos 2 meses de partilha, cumplicidade, amizade e amor, a juntar a todos os anos de namoro… somos mais Nós a cada dia que passa, e sentimo-lo a cada gesto teu/meu.
Uma migalha de vivências numa vida inteira a viver… um início de caminhada a dois com um conjunto de pegadas só.
Amo-te.

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